O processamento de soja no Mato Grosso atingiu a marca de 8,88 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a setembro deste ano. O número indica uma alta de 2,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Alta esta, que foi puxada pela exportação dos subprodutos da soja, em especial do farelo da soja. Os dados são do boletim semanal da soja realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No entanto, conforme o IMEA, houve um recuo de 7,98% no volume de soja esmagado no estado no comparativo mensal. Em setembro foram processadas 1,01 milhão de toneladas. Já em agosto, segundo o instituto, o número chegou a 1,1 milhão de toneladas.
Para o consultor e analista de mercado na SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, o movimento de retração do esmagamento da soja a partir de setembro é normal.
“O auge do esmagamento no Brasil é entre os meses de março e agosto. A partir de setembro começa a cair um pouco essa demanda por esmagamento. Os meses de novembro e dezembro, por exemplo, são meses mais fracos. Janeiro e fevereiro também. Isso basicamente pela questão da oferta disponível de soja para esmagamento. Nos meses de novembro a dezembro a gente tem uma oferta menor disponível da safra que foi colhida, assim como em janeiro e fevereiro, que está começando a entrar os primeiros volumes de soja da safra nova, então é normal”, explica.
Segundo o especialista, os impactos do recuo do volume de processamento da soja na economia mato-grossenses existem, mas estão dentro do esperado.
“O Mato Grosso é o maior processador de soja do Brasil, tem quase 25% da capacidade instalada de processamento. Então o esmagamento tem uma importância muito grande para o Mato Grosso, mas nada que fuja do normal do mercado. Então, entra um pouco menos de receita por ter menos produto esmagado e a comercialização de subprodutos como farelo e óleo, então isto está dentro da normalidade”, ressalta.
O boletim do IMEA ainda destaca que a margem bruta das indústrias em setembro deste ano, apresentou alta de 3,80% no comparativo mensal, fechando com média de R$ 465,64 por tonelada devido ao aumento no preço do óleo no mês.
Principais municípios produtores de soja em Mato Grosso:
Sorriso;
Sapezal;
Nova Mutum;
Campo Novo do Parecis;
Diamantino;
Nova Ubiratã;
Lucas do Rio Verde;
Querência;
Primavera do Leste;
Itiquira;
Ipiranga do Norte;
Campo Verde;
Campos de Júlio;
Esmagamento da Soja no Brasil
Ainda de acordo Gutierrez, no cenário nacional a expectativa é que o país feche o ano com recorde de esmagamento de soja. “O esmagamento deve voltar a crescer a partir de fevereiro ou março. Tudo depende da quantidade de grão que a gente tem disponível para esmagar. A partir do momento da entrada da safra em janeiro e fevereiro, a gente vai ter mais produto disponível da safra nova e a gente volta a esmagar mais. De uma forma geral, no Brasil neste ano, o esmagamento está sendo bastante forte e deve encerrar o ano com recorde. Ano que vem a gente pode aumentar um pouco mais, com mais oferta disponível que a gente está esperando para uma derivada de uma safra recorde”, comentou.
Fonte: Brasil 61
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